- Área: 830 m²
- Ano: 2014
-
Fotografias:Fernando Alda
Descrição enviada pela equipe de projeto. A intervenção interpreta o edifício onde ele está inserido, um antigo convento, como um contexto em constante transformação ao longo dos anos.
O projeto nasce de uma reflexão em torno do processo de criação em arte contemporânea, sua imprevisível condição e a dissolução atual de limites entre o espaço de produção e exposição.
Podemos reconhecer que muitas das expressões de arte contemporânea compreende o espaço arquitetônico como matéria de trabalho, como Shibboleth de Doris Salcedo quebrando o chão do Tate Modern em Londres em 2007, High Plane V por Katterin Sigurdardottir ocupando o teto falso do PS1 em Nova York ou Esto no es un graffiti onde artistas demoliram alguns elementos e revestimentos de paredes no mesmo local deste projeto. Acreditamos que o espaço de exposição contemporâneo não deveria ser projetado como um ambiente estático no tempo, mas como um espaço sem fim, em elipse, esperando para que cada exposição venha completá-lo.
A intervenção foi projetada como um espaço variável e reversível. As paredes e o teto serão cobertos por lâminas de madeira, a separação entre elas permite ver as paredes de tijolos originais, evidenciando as texturas dos tijolos e as marcas causadas por séculos que descobrimos na primeira fase, dotados de uma significante narrativa temporal. Estas estruturas de madeira sobrepostas sobre as antigas paredes permitem o acesso às instalações em qualquer ponto do espaço.
Nossa intervenção agirá como uma instalação inicial no espaço ao invés de uma construção arquitetônica. Uma exposição temporária relacionada ao volume existente que permite o desenvolvimento de exposições futuras pode ser desmontada como uma delas, revelando o que é verdadeiramente importante neste antigo edifício em um sentido patrimonial: matéria, espaço e luz, ao invés de estilos ou decorações.